domingo, 6 de março de 2011

Confabulações de "Alice"


Ela não vive em um lugar próximo, pelo menos não perto do chão e da realidade cinzenta, diga que é loucura e que ela está inventando, diga que ela está vivendo uma grande mentira e que tudo o que ela vê são frutos suculentos da sua imaginação. Ela aparentemente parecia normal lendo seus livros e tomando chá, mas agora é um ser verossímil aos dos livros que lê, o que quer é descobrir e atrever-se a novas maravilhas. 
Ela se dissipa em meio a imensa nuvem espessa de confusão e dúvidas que passa pela sua mente, seus contentamentos são lápsos de memória em meio a rastros de desgraça. Por que ficam surpresos com sua loucura imprudente? não se façam de valentes tentando entende-la ela é uma incógnita a si mesma, seus pensamentos são disformes e nada nela é consoante pois tudo que a diz respeito é singular e variável, então não esperem atitudes previsíveis, sentimentos precisos e idéias fixas pois isso certamente não condiz  com o mundo em que ela vive.
Seu mundificado tomado de lugares que não possuem sentido algum, de trilhas como que de um labirinto repleto de placas que ela ainda está aprendendo a entender, de línguas não existentes e incompreedíveis, amigos de personificação excêntricas adoráveis. Pode ser que viva em um mundo que ela mesma criou, mas a lucidez é particular e individual seu significado varia de acordo com os frutos substanciais da mente de cada um e é o tempo que se dedica ao crescimento de seus "frutos" que os torna apetitosos ou não.
Pois bem, mesmo que ela viva em "total" alienação com suas invisíveis vias saborosas de imaginação e suas loucuras imprudentes, ainda sim será aparentemente normal a qualquer um que a ver, sempre lendo seus livros e tomando chá.


Por Tah Machado

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